Para quem não sabe a minha mãe tem demência, demência frontal. E a sua demência não foi originada por problemas genéticos ou causadas pelo tempo. Chego a conclusão mesmo sendo leigo no assunto que a causa foi medicamentosa. Ao perceber os primeiros sinais, conversas e falas desencontradas e ações de não compreender mais onde está ou simplesmente não entender ao dizer: senta aqui mãe e me espera um pouco até eu ir ao banheiro. Coisas deste tipo. Lembro uma ocasião que fiz este pedido, mãe, senta e me espera até ir ao banheiro, simples assim, para a minha surpresa quando voltei ela tinha saído do lugar. Que desespero, que luta. Graças a Deus que achei a tempo. E ela simplesmente não entendia. Só sabe quem passa.
Voltando ao ponto da causa medicamentosa eu procurei logo um neurologista que me pediu os exames e fez uma série de pesquisas e entre tomografias e ressonâncias magnéticas ele chegou a conclusão de que a minha mãe estava sofrendo de demência. Muito triste isso. E o mais triste foi a razão de tal demência, ele disse que por não ter nenhum registro familiar de casos de demência ou Alzheimer a provável causa da sua demência veio do uso prolongado de um medicamento: alprazolam de 1mg para ele o uso prolongado desta droga levou a de demência da minha mãe. Ela estava exposta a esta droga a mais de 10 anos. E segundo o médico era muito tempo e isso afetou conexões cerebrais. Agradeci a sinceridade dele, o cuidado e todo o profissionalismo com a minha mãe até o hoje, e tudo que disse que aconteceria com ela, sua saúde, suas perdas, suas limitações e declínio de ações e movimentos eu tenho visto ocorrer em sua vida.
Máfia da dor. (Parte 1)