(Mensagem ministrada pelo Seminarista Pinheiro)
CARÁTER DA EPÍSTOLA: No prólogo chamada epístola aos
Hebreus, lemos “havendo Deus outrora falado pelos profetas, nestes
últimos dias, falou pelo filho”, sobre este testemunho de fé, ponto de
referência para a totalidade do escrito, o seu autor estabelece desde
o próprio começo, o fundamento teológico da exposição que irá
abordar em seguida. O seu objetivo é proclamar a universal
supremacia de Jesus Cristo, a palavra de Deus encarnada, no
entanto, o caráter de Hebreus é principalmente exortatório, assim
como o autor concebe que ao longo de toda a carta entrelaça os
ensinamentos teóricos com conselhos e recomendações práticas, a
fim de garantir a fé dos seus leitores cristãos em meio aos
desalentos, temores e sofrimentos da vida presente.
Objetivos principais da carta:
a). Elevar Jesus como superior a qualquer outra coisa;
b). Jesus é a suprema revelação de Deus; e
b). Desafiar o leitor a permanecer fiel a Jesus apesar da perseguição;
Grande ideia do livro: Jesus é o supremo sumo
sacerdote e mediador entre Deus e os homens,
oferecendo esperança e redenção em meio as
provações.
Contexto Histórico
O ano aproximado é 65 d.C. faz apenas uns trinta e cinco anos
que nosso Senhor foi crucificado, ressuscitou dos mortos e subiu ao
céu, de onde mandou o Espirito Santo a sua igreja no dia de
Pentecostes. Há ainda muitos crentes vivos que podem se lembrar
disso tudo, não podem esquecer aquilo que viram e experimentaram
por si, em Jerusalém, o templo continua de pé, embora
existam pistas de que tais dias estão chegando ao fim e logo
acabarão, enquanto isso a religião judaica continua a mesma, mas
nem todo judeu segue os antigos caminhos, grande número deles
tornou-se crente em Cristo, e é para tal grupo de pessoas que o livro
de Hebreus foi escrito.
Desenvolvimento estrutural do texto
1). O sumo sacerdote é tomado dos homens:
No original Grego: Sumo Sacerdote αρχιερέας (archiereas)
sacerdote chefe (alto), normalmente chamado de grande sacerdote.
- Qualificações essenciais para ser um sacerdote
São duas as exigências imprescindíveis para um homem ser
sacerdote:
5.1 Sendo sua tarefa representar o homem perante Deus (enquanto
a do profeta é representar Deus aos homens), ele mesmo tem de
ser homem. É escolhido de entre os homens, separado dentre eles
para em favor deles agir.
5.2 como homem consegue condoer-se da fragilidade humana,
porque ele mesmo é fraco, o que significa que pode com piedade
ajudar os que são errantes ou caminhando na escuridão espiritual,
sua compaixão é verdadeira, por estar sujeita aos mesmos desafios,
vale ressaltar que o sumo sacerdote não só representa os homens
diante de Deus, mas também os pastoreia.
5.3 ele também é um pecador, assim quando o sacerdote oferece
sacrifícios pelos pecados, deve oferecer para si como pelos
outros, a primeira qualificação do sacerdote é: a humanidade do
sacerdote é essencial ao seu exercício.
5.4 Ninguém por tomar para si esta honra, simplesmente
decidindo que será sacerdote, o sacerdote representa o homem,
portanto, tem de ser homem, contudo os representa diante de Deus,
portanto, tem de ser chamado por Deus, como aconteceu com
Arão.
Então são estas duas qualificações essências para ser sacerdote: - Tem de ser tomado entre os homens;
- E ser escolhido por Deus.
Será que Jesus cumpre tais requisitos?
2). O cumprimento do sacerdócio de Cristo:
- Jesus como sumo sacerdote foi constituído por Deus (vs.5-6);
- Foi constituído por Deus Pai (texto Jo 8.54);
- Jesus cumpriu a profecia para exercer o ofício de sumo
sacerdote; (texto filipense 2.5-11). - Sacerdócio da ordem de Melquisedeque:
Textos: Gn 14.18-20 e Sl 110.4
Melquisedeque (Rei de justiça) Rei de Salém e sacerdote do Deus
Altíssimo, ocupava os dois ofícios, é um tipo de Cristo, o Rei Sacerdote.
CRISTO, a única pessoa capaz de cumprir essa profecia, Ele é
Sumo Sacerdote e REI dos REIS. - Jesus como Sumo Sacerdote era Homem (vs.7)
No Getsêmani chorou, expressão de sentimento humano, pediu a
quem podia livrar da morte, (texto Lc 22.40-44), o Pai o atendeu, não
livrando da morte, mas livrando do poder da morte, a angústia de
Jesus não foi devido à morte, mas porque Deus o desamparou,
agradou ao Pai moê-lo (texto Is 53.10-12), a ponto de o sol esconder
o seu rosto (texto At 2. 22-24), - Jesus como Sumo Sacerdote aprendeu com as coisas que
sofreu (vs. 8).
Sim, o eterno filho de Deus passou por tal experiência como
homem e por meio dela “aprendeu a obediência” de uma maneira
que, de outra forma, jamais teria aprendido, o autor está nos
ensinando que o horror da cruz do calvário provou a obediência de
Cristo ao limite. Ele não, foi alguém que poderia continuar sendo
inocente simplesmente porque nunca passou por provações, como
Filho, sua obediência permaneceu imaculada e intocada, ainda que
tivesse de passar pelo pior sofrimento de todos os tempos, homem
perfeito entre os homens, sua obediência foi testada e provada, mas
ele foi perfeito a cada momento de sua vida, passou por provações
que nunca teria passado se não houvesse encarnado como filho
eterno de Deus, continuou sendo o que sempre foi, mas tornou-se
aquilo que nunca havia sido, um ser humano e nunca houve
qualquer momento em que fosse menos do que um HOMEM
PERFEITO.
- Jesus como Sumo Sacerdote foi o autor da salvação (vs.9):
O Pai planejou, Jesus executou, e o Espirito Santo aplicou a
salvação, Cristo amadureceu, perfeitamente apto e ajustado a obra
de Sumo Sacerdote e, porque estava assim apto e pronto, tornou-se
para todos quantos a ele obedecem a autor da salvação eterna. - Jesus como Sumo Sacerdote foi nomeado por Deus segundo
a ordem de Melquisedeque:
Em Cristo cesso o sacrifício;
Em Cristo cessou o derramamento de sangue;
Em Cristo cessou a matança de animais; e
CRISTO! O SACRIFÍCIO PERFEITO, CABAL,
SUPREMO E SOBERANO.
Resposta desejada:
Deus constituiu Jesus como nosso soberano Sumo Sacerdote,
portanto, Ele espera que cada um de nós confie somente n’Ele, não
precisamos mais de sacrifícios e intermediários para nos achegar a
Deus, Cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, apesar
das circunstâncias não devemos retroceder, cometendo apostasia
como alguns cristãos fizeram no passado, voltando para os
rudimentos da fé judaica.
Aplicação:
Precisamos manter firmes em nossos corações o propósito concreto
e absoluto, que somente em Jesus, o autor da salvação, somos
reconciliados com Deus; e
Devemos compreender que em Cristo, não há mais a necessidade
de sacrifícios, pois, Ele é o sacrifício perfeito.
Jesus, o perfeito Sumo sacerdote.