Estudo preparado pelo Pr Rogério Siqueira.
O livro de Hebreus destaca a superioridade de Jesus sobre o judaísmo, enfatizando sua posição como sumo sacerdote supremo e mediador de uma nova aliança. O autor exorta os leitores a perseverarem na fé, confiando na obra completa de Cristo para a redenção e salvação eterna, superando assim as tentações de apostásia e perseguição.
Grande ideia do livro: Jesus Cristo é o supremo sumo sacerdote e mediador entre Deus e o homem, oferecendo redenção e esperança para toda eternidade.
- CONTEXTO
O autor da carta está expondo ao seu público dando continuidade do que Cristo representa para o povo de Deus. Mais especificamente, no contexto anterior em seu prólogo, ele abre a carta dando ênfase ao fato de que Cristo é a revelação final de Deus. Os vs 1-3 preparam o caminho para podermos desenvolver os principais temas do livro.
- Cristo é superior aos anjos;
- Cristo é superior a Moisés;
- Cristo é um sacerdote superior a todos os outros sacerdotes;
- O superior ministério sacerdotal de Cristo;
- Um chamado a perseverança.
Como muito bem trabalhou o pr. Joe no domingo passado, a mudança da antiga para a nova revelação. “Deus falou-nos no passado e agora fala-nos de modo decisivo e definitivo, por meio do Filho”.
Como Deus se revelou no passado aponta para frente, para aquilo que agora está revelado na obra e na pessoa de Cristo!
Aquele a quem Deus constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem também o universo foi feito.
Cristo é a revelação exata daquilo que o AT antecipou de várias maneiras, Aquele que é perfeitamente capacitado para revelar o Pai em Seu esplendor.
Lembrando da questão que nos foi trazida na semana passada: não podemos retroceder naquilo que temos em relação a Cristo como essa representação exata do próprio Deus.
É Cristo, o Filho, a revelação especial de Deus!
Sobre ele que estaremos expondo em nossas pregações nos próximos meses.
Com base no contexto anterior, todos somos convidados nesta noite e compreender que: CRISTO É SUPERIOR AOS ANJOS em três importantes aspectos:
- Relacionamento–Deus com Cristo,
- Cristo e seu Reinado (Soberania), e
- Recompensa outorgada por Deus.
Transição: O objetivo desse trecho da carta é exortar os leitores para o fato de que, enquanto Cristo se assenta e governa, os anjos se colocam de pé e o servem. Isso se dá primeiro por meio do:
1. RELACIONAMENTO – Pai com o Filho (4,5)
V4 – diz que Cristo tornou-se tão superior aos anjos, a ponto de herdar um nome mais excelente que todos eles – O verbo (TORNAR) no orig. gr. se refere a uma mudança de estado e não de existência.
O Filho, em sua essência divina sempre existiu na eternidade, entretanto, por um determinado tempo, foi feito menos que os anjos (2.9).
Em seguida Ele é exaltado a uma posição infinitamente superior em virtude do que realizou em sua obra redentora.
Fp 2.9-11 – Por isso, Deus também o exaltou com soberania e lhe deu o nome que está acima de qualquer outro nome;
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra,
11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Uma vez que olhamos para quem é o Filho, o que dizer dos anjos?
Anjos – Seres espirituais criados por Deus para ministrarem e Ele e cumprirem suas ordens (v14).
Os judeus tinham grande estima pelos anjos, pois os consideravam seres mais elevados ao lado de Deus. Havia uma seita judaica que ensinava que a autoridade do Arcanjo Miguel rivalizava ou superava a do Messias. Então, o escritor de Hebreus rechaça este conceito.
Nenhum anjo recebe mais excelente nome, por isso, Cristo é superior aos anjos!
V5 – O autor da carta cita: Sl 2.7 e 2 Sm 7.14 – Aqui é apresentado a relação única que um Pai tem com seu filho. Não se contempla nas Escrituras jamais um anjo tendo esse tipo de tratamento em relação a Deus como Pai.
Filho – Um título de Cristo que expressa submissão voluntária entre Deus Pai e o Filho em sua divindade cumpre o propósito de redenção estabelecido na eternidade.
Transição – Neste relacionamento, o autor nos mostra o segundo aspecto importante dessa superioridade sobre os anjos…
2. REINADO DE CRISTO (6 – 9)
Este é outro aspecto que o autor exorta o seu público quanto superioridade de Cristo.
V6 – Aqui o escritor se baseia no fato de que o Cristo encarnado vem ao mundo como o Primogênito e os anjos cumprirão o papel de adorá-lo.
Paulo corrobora com dois textos:
Rm 8.29 – Pois os que conheceu por antecipação, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Cl 3.15 – Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito sobre toda a criação; Paulo está confirmando o lindo acontecimento registrado em Lc 2.13,14, 15b – Então, de repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu junto ao anjo, louvando a Deus e dizendo:
14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele ama.
15E logo que os anjos se retiraram, indo para o céu (…).
V7 – Dá continuidade e provas de que os anjos são subordinados ao Filho de Deus. O autor insiste na premissa da superioridade de cristo sobre os anjos.
O Sl 104.4, nos traz uma mostra básica do propósito e função dos anjos: “que fazes teus mensageiros como vento, e teus servos, como fogo abrasador”.
Em outros termos: Os anjos, como criaturas, podem funcionar somente dentro dos limites para os quais foram criados, ou seja, tudo debaixo dos limites do seu Criador.
Vss 8,9 (citando Sl 89.27 e Sl 45.6,7)
89.27 – “Também o nomearei meu primogênito, o mais exaltado dos reis da terra.”
45.6,7 – “O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos, e o cetro do teu reino é cetro de equidade.
Amaste a justiça e odiaste o pecado; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.”
Isso nos aponta um contraste entre os ANJOS E O FILHO: Enquanto o Filho, o primogênito, o Rei mais exaltado entre todos os reis (companheiros), exerce soberania, com amor a justiça e odiando o pecado, aos anjos foi dada a tarefa de servir.
3. Recompensa apontada pelo Pai (10-14)
Vss 10 – 12 – Aqui o autor faz uma referência ao Salmos 102.25-27.
O reconhecimento do Pai para com o seu Filho em relação a sua IMUTABILIDADE.
Apesar de muitas coisas que foram criadas parecerem substancialmente fortes, todas as coisas perecerão.
No mundo greco-romano, havia uma forte crença que o próprio mundo e o universo eram indestrutíveis.
Aqui a ideia do autor é passar aos seus leitores que, apesar de tudo que se veja pareça eterno e inabalável, somente Cristo Jesus, o Filho perfeito de Deus, o Esplendor da sua glória, somente Ele permanecerá para sempre! “… tu és o mesmo e teus anos não terão fim”.
V13 – Outra vez o escritor utiliza o mesmo pensamento: “Mas a qual dos anjos disse alguma vez”…
Mais uma o escritor cita o Salmo 110.1, assim como fez no v3 aqui de Hb: “Assenta-te a minha direita até que eu ponha os teus inimigos como estrados de teus pés”.
Vejam que mais uma vez é dito que jamais a algum anjo foi concebido ficar a destra de Deus. Somente Jesus é entronizado diante do Pai para soberanamente reinar com poder e glória.
V14 – Para fechar esta seção o autor apresenta um contraste entre o Filho entronizado e os anjos ministradores.
Enquanto os anjos são seres ministradores, essencialmente a serviço dos santos, Cristo o Filho que em determinado tempo esteve como Servo em seu ministério terreno, agora está entronizado a direita do Pai.
Em nenhum momento o escritor visa convencer seus leitores que há uma certa diminuição na função dos anjos, mas que há uma infinita e eterna superioridade de Cristo sobre estes seres criados pelo Deus altíssimo.
GRANDE IDEIA: Cristo, recebe superioridade sobre os anjos, evidenciados por meio de seu relacionamento com o Pai, seu reinado outorgado pelo Pai, e recompensa dada pelo Pai.
- RESPOSTA ESPERADA
O autor de Hebreus seguirá no restante da carta defendendo a tese de que, em Cristo todos foram abençoados, sem a necessidade de qualquer outro sacrifício.
Ele é a revelação especial de Deus, recebe superioridade sobre os anjos, como vimos até aqui e ao longo de sua escrita ele irá trazer evidências de outros ofícios outorgados pelo Pai, que faz do Filho a esperança eterna, mesmo em meio às dificuldades de seus escolhidos.
- TEOLOGIA BÍBLICA
Que maravilha podermos contemplar a Bíblia testificando com a própria Escritura! O autor de Hebreus, demonstrando profundo conhecimento da palavra de Deus, exorta seus leitores por meio dos Salmos e profetas e simbologias que sempre apontaram para Cristo em sua missão redentora em cumprir as exigências do pai para a remissão dos pecados de seu povo.
- APLICAÇÕES
Diante disso quero trazer algumas aplicações para as nossas vidas hoje, como igreja do Senhor:
- Assim como no passado, hoje existem muitas correntes que tentam apontar outros eventos e fatos que possam estar acima de Cristo Jesus. Não nos deixemos enganar, Cristo é Deus tanto em essência como também em seus atributos! Ele é aquele que assim como falado no sermão anterior é o Esplendor da glória de seu Pai. Não há outro pelo qual devamos nos curvar como sendo aquele que está entronizado a direita de Deus e que já está reina em glória eterna.
- Como igreja do Senhor hoje, creiamos que o Senhor Jesus, RELACIONA-SE com o Pai a ponto de ter recebido todas as coisas.
- Estejamos certos, Ele REINA soberano e triunfará sobre os inimigos.
- Tudo o Senhor Jesus passou para que em seus sofrimentos herdasse o nome que está acima de todo nome para que um dia reinemos com Ele em glória.
- Que eu e você nos sintamos também encorajados ao ler esta carta à estarmos sempre firmes e constantes em nossa fé em Cristo como supremo Senhor.
REFLEXÕES
Apresente três perguntas para reflexão e guiar os grupos que estudarão a mensagem
- Com base no texto dessa mensagem você se sente firme testemunhar sobre quem Cristo é para a Sua igreja?
- De certo você já ouviu falar em “anjo da guarda”. Eles existem? Qual a principal função dadas aos anjos?
- Quais as principais diferenças que você aponta entre os anjos e Jesus?
Que privilégio é mergulhar na palavra de Deus. Estudar um texto e um livro como o de Hebreus nos capacita a compreender mais e mais a importância de Jesus para a sua igreja.
Que o Espírito Santo nos encoraje a caminharmos sempre firmes em glória ao Senhor e consumidor da nossa fé.