Introdução a Teologia.
Quando falamos em revelação, falamos do movimento divino em direção ao homem. Não é o ser humano que, por sua razão ou esforço, alcança a Deus, mas é Deus quem toma a iniciativa de se dar a conhecer. Não vamos esquecer que sem revelação, o homem permaneceria em trevas espirituais.
1. A Revelação Geral:
Estudamos na aula passada.
Deus se revela a todos os homens, em todos os lugares e tempos. Essa revelação tem três canais principais:
a) Na Criação.
O universo é um “livro aberto” da glória de Deus. O salmista declara: “Os céus proclamam a glória de Deus” (Sl 19:1). Paulo afirma que “os atributos invisíveis de Deus… claramente se reconhecem” (Rm 1:20).
A ordem, a beleza e a grandeza do cosmos apontam para um Criador.
b) Na Consciência.
Todo ser humano possui uma lei moral inscrita no coração. Paulo afirma que os gentios, mesmo sem a lei escrita, “mostram a norma da lei gravada em seus corações” (Rm 2:15).
A consciência não é perfeita, mas revela um senso universal de certo e errado, testemunhando da santidade de Deus.
c) Na História.
Deus dirige os povos e acontecimentos para cumprir seus propósitos (At 17:26-27). A história da humanidade não é aleatória: ela está sob a providência de Deus. Guerras, impérios e acontecimentos servem, no fim, para revelar Sua glória.
📌 Limite da revelação geral: ela é suficiente para tornar o homem indesculpável, mas não para levá-lo à salvação. O homem sabe que Deus existe, mas não conhece o caminho da redenção apenas por essa revelação.
2. A Revelação Especial.
Por isso, Deus agiu de modo especial para se revelar com mais clareza e de forma salvadora.
- As Escrituras: inspiradas por Deus, infalíveis e autoritativas. Elas registram a vontade divina e o plano da redenção.
- A História da Redenção: atos de Deus em favor do Seu povo, como o Êxodo, os milagres, a cruz e a ressurreição.
- Jesus Cristo: a revelação suprema. Ele é a Palavra viva, a imagem do Deus invisível (Cl 1:15). Em Cristo, Deus se fez homem para que pudéssemos conhecê-Lo plenamente (Hb 1:1-2).
3. O Papel do Espírito Santo.
Mesmo com a revelação escrita, o homem natural não pode compreender as coisas de Deus por si só (1Co 2:14). É o Espírito Santo quem ilumina a mente e o coração, aplicando a revelação de Deus de forma eficaz.
4. Cristo como Centro da Revelação.
Toda revelação converge em Cristo. Ele não apenas traz uma mensagem de Deus; Ele é a mensagem, a Palavra encarnada (Jo 1:18). Conhecer a Deus é conhecer a Cristo.
5. Implicações Práticas.
- A revelação de Deus exige resposta de fé e obediência.
- Ninguém pode alegar ignorância, pois Deus já se revelou.
- A Igreja é chamada a anunciar a Palavra, tornando Cristo conhecido.
Conclusão:
O estudo da Teologia nos mostra que Deus não está oculto: Ele fala pela criação, pela consciência e pela história. Mas fala de modo mais claro e salvador nas Escrituras e, sobretudo, em Jesus Cristo.
A tarefa da Igreja é viver à luz dessa revelação e proclamá-la ao mundo.
Esse capítulo será a base de nossa próxima aula na disciplina Introdução à Teologia.
https://teologiasemmisterio.com.br/relacao-entre-teologia-e-vida-crista/
Glória a Deus por sua Revelação. Isso nos mostra que realmente não há desculpas para que ninguém diga que não conhece o Ser Criador de todas as coisas.
Obrigada Pr. Sandro por tão breve e sucinta explicação sobre tão grande Revelação do Criador a toda as coisas.