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A relevância da arqueologia para o estudo da sagrada escritura.

Por Rafael Costa. (Seminarista)

Deus nos deixou a sua palavra para dentre outras coisas pudermos também conhecer o modo como ele deseja que orientemos as nossas vidas. Ao guardamos a sua santa instrução, não pecaremos contra ele (Salmo 119.11) assim como por meio da palavra do Senhor conhecemos as suas ações na história a nós revelada.

Estes são fatos por todos nós conhecidos e sem dúvida é uma benção tão grandes privilégios que Deus nos deu. No entanto, essa é apenas parte da realidade, pois, o conhecimento da palavra nos gera desafios e dentre eles o de sua compreensão. Assim como em vários outros tipos de literatura, a Bíblia nos exige esforço para capitarmos a sua mensagem e nesse sentido existem diversas ferramentas capazes de auxiliar os seus leitores em seu aprendizado. Um meio capaz de lançar muitas luzes ao nosso entendimento do texto é o conhecimento da cultura na qual a mensagem bíblica foi pela primeira vez lida.

A guisa de exemplo, veja o que é dito no livro de Isaías, capítulo 28, versículos 9-10. “Perguntam: quem o Senhor pensa que somos? Por que ele fala conosco dessa maneira? Acaso somos crianças pequenas recém-desmamadas? Ele nos diz as mesmas coisas repetidamente, uma linha de cada vez, uma linha de cada vez, um pouco aqui, um pouco ali”, NVT.

É sabido que na cultura judaica da época o método de ensino por repetição era bastante utilizado. Vale lembrar que são várias as disciplinas que permitem o acesso a uma determinada cultura e uma delas é a arqueologia. Convém destacar que somente quando as ciências foram agregadas aos estudos da escritura é que a arqueologia ganhou também a sua importância nessa empreitada. Com métodos inicialmente rudimentares e com resultados catastróficos, a arqueologia foi também evoluindo no próprio estudo da Bíblia.

No que tange a este ponto, o arqueólogo brasileiro e professor da UMESP, José Ademar Kaefer, afirma:

Mais tarde, quando as técnicas melhoraram, a arqueologia se desenvolveu e começou a trazer à luz um mundo oculto pela terra, pelas pedras e pelo tempo”.

E ainda salienta que: “Os investimentos aumentaram, surgiram escolas e cresceu o número de especialistas. Assim, pouco a pouco a arqueologia auxiliou a “desenterrar a Bíblia”. Ou seja, os tempos bíblicos começaram a ser revelados para nós.

Diversos exemplos podem ser utilizados para ilustrar esse conhecimento do mundo bíblico e seguem a seguir alguns deles. Norman Geisler em sua enciclopédica de apologética destaca: “Muito se aprendeu sobre os assírios quando 26 mil placas de argila foram encontradas no palácio de Assurbanípal, filho de Esaradom, que levou os reinos do norte ao cativeiro em 722 a.C.”.

É bom trazer a memória que os assírios representaram um dos grandes impérios da antiguidade e que foi em Nínive que o profeta Jonas foi realizar o seu ministério profético. Os assírios também ficaram conhecidos na história por sua grande maldade em relação aos povos por eles conquistados. Talvez, esta tenha sido a razão de ser do profeta ter desobedecido ao seu chamado quando ocorrido pela primeira vez. Geisler ainda nos lembra de uma das maiores descobertas arqueológicas até aqui ocorridas.

Nas palavras dele: “Entre as descobertas mais interessantes está o registro do sítio de Jerusalém feito por Senaqueribe. Milhares de seus homens morreram e o resto foi disperso quando o rei assírio tentou tomar a cidade que, como Isaías havia previsto, foi incapaz de conquistar”. Se voltarmos as nossas atenções para o novo testamento, encontremos também várias contribuições dadas para uma melhor compreensão do mundo de Jesus e dos apóstolos, assim como do greco-romano. Uma cidade bastante importante nos evangelhos é Cafarnaum. Foi em uma sinagoga dessa cidade que jesus proferiu aquele famoso discurso registrado no capítulo seis do evangelho de João. Hoje se conhece a respeito do contexto social dessa cidade.

Ademar Kaefer afirma que: “Cafarnaum não era uma cidade greco-romana, e sua população era muito pobre”. Qual é a relevância disso? Ele acrescenta: “Esse panorama nos ajuda a entender melhor a multidão de empobrecidos e doentes que vinha até Jesus quando ele ensina as bem-aventuranças MT 4,24-5,12, cuja proclamação, para Mateus, aconteceu em uma montanha, e que se acredita ser hoje a montanha que fica logo atrás de Cafarnaum”.

Eis aí algumas das várias contribuições da arqueologia que permitiram conhecermos melhor a palavra de Deus. No entanto, a Sagrada Escritura não exige que a sua veracidade e autoridade sejam demonstradas através dessa importante ferramenta do saber que se diga de passagem, tem suas limitações assim como outras também tem. Ainda assim, é bom podermos ampliar o nosso entendimento da Bíblia Sagrada.

BIBLIOGRAFIA


KAEFER, J.A. Arqueologia das terras da Bíblia. São Paulo: Paulus, 2012
NORMAN GEISLER. Enciclopédia de Apologética, resposta aos críticos da fé cristã. São Paulo, editora vida, 2002.
BÍBILA SAGRADA NVT.

Pr. Sandro Eugênio

Eu sou formado em Teologia, Mestre em Ciências Sociais pela, UFRN e Reitor da Escola Cristã de Pastores em Natal, RN. Pastor a mais de 27 anos na Igreja Batista Cristã e quero subir com você para o monte Everest do conhecimento Bíblico. Com dedicação e aplicação dos conceitos aqui ensinados você se motivará em aprender e a proclamar a Bíblia, Vai aprender sobre pregação, leituras e se motivará a desenvolver o hábito de aplicar e viver a Poderosa Palavra de Deus.

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